Promotor
Câmara Municipal de Ovar
Sinopse
Após o lançamento do aclamado EP de estreia "
Hanami" na primavera de 2020, e condicionado por mais um lockdown, Bonifácio sentiu novamente o impulso de explorar o desconhecido. Desta forma, investigou novas técnicas de composição e encontrou o que procurava na música generativa. Dentro desta temática, explorou algumas ferramentas usadas e desenvolvidas por compositores como Steve Reich ou Brian Enonas décadas de 60 e 70.
Nasceu assim o segundo EP, "
LockdownTapes" lançado no inverno de 2021.
Com o final da pandemia, Bonifácio sentiu o ímpeto de transferir estes processos para o palco, misturando-os com ritmos dançáveis e construindo assim sonoridades contemporâneas. Todos os concertos são improvisados, transportando a audiência para o método criativo do artista oferecendo a oportunidade de fazerem parte de uma experiência única e irrepetível.
Senhor de uma presença discreta, mas continuamente substancial na movida musical deste burgo, Tó Trips amealha já praticamente quatro décadas de ofício à guitarra, num caso raro de resiliência benigna e constante inventividade. Com fundações nos AmenSacristiem plena era do Rock Rendez-Vous, e fundador dos Lulu Blind, banda icónica de uma certa juventude sónica que se propagou um pouco por todo o país durante a década de 90.
É com a formação dos DeadCombo, ao lado do saudoso Pedro Gonçalves, que o duo se assumiu de forma singela como "musicwithLisboninside" e que criou ao longo de 15 anos -até à morte prematura de Gonçalves –um reflexo dessa mesma Lisboa -e por arrasto também deste país -aberta a outros mundos, hospedeira de linguagens e culturas.
Uma guitarra com gente dentro, tal como a do mestre Paredes, populadapor memórias e vivências, que teve na sua estreia a solo -Guitarra 66 -o seu primeiro traço abertamente autobiográfico. Em 2015, lança novamente pela Mbario seu segundo disco a solo: 'Guitarra Makaka-Danças a um Deus Desconhecido'. Álbum gravado à guitarra Resonator, instrumento habitualmente conotado com os blues via BukkaWhite, que é aqui revisto a uma luz igualmente instintiva, mas distante do cânone do género. Novamente, todo um imaginário muito seu.
Chegados a 2023, com a banda sonora para 'Surdina' de Rodrigo Areias e a formação do Club Makumbaa mediarem de forma mais que digna estes oito anos, Tó Trips lança pela Revolve o seu terceiro álbum, fruto de três anos de labuta. Intitulado 'Popular Jaguar', toma inspiração no animal, que se movimenta na sombra, para daí erigir pequenas histórias instrumentais vividas pelo seu autor, naquele que é o seu trabalho mais autobiográfico e o primeiro a ser lançado após os DeadCombo. Título mais do que certeiro para a própria vivência de Tó Trips, 'Popular Jaguar' traz na capa o guitarrista na sombra, como aquela figura que reconhecemos, mas nunca delineamos na sua plenitude. Disco de mistérios, silêncios e lugares existem nele referências geográficas -'L.A. Chet', 'Napoli Blue Dreams' ou 'Nazaré em Câmara Lenta' -, alusões à transcendência -'O Processo de uma Aparição' ou 'Deus do Vento' -e situações bem concretas do quotidiano -'Dançar em Frente ao Espelho' ou 'Amor em Tempos Fodidos' -num mosaico vivido e pleno de lirismo, numa tessitura de acordes dolentes e notas que cortam com tudo aquilo que possa soar superficial. No fundo, Trips ao seu mais despojado, e curiosamente mais aberto. Sempre ele.
Informações Adicionais
Não é permitida a entrada após o início do espetáculo.
Não é permitida a entrada a crianças com idade inferior a 3 anos, exceto em espetáculos direcionados a essa faixa etária.